Após a indicação de um DDcaster por um episódio sobre “Empresas Chinesas”, resolvi pesquisar apenas atualidades sobre a China e fiquei impressionado com o número de novidades daquele país.
Falar da China virou clichê… Seja em tom de admiração ou vontade de investimento, seja em tom de medo e ameça, sobretudo, pela ótica norte-americana que vê sua hegemonia global cada dia menor.
Fatores de crescimento da China
A velocidade de crescimento da China é um conjunto de fatores. Pelo que já observei, desde uma população que funciona como um gigante mercado consumidor, mas também por noções estratégicas estatais e empresariais que viram a oportunidade de crescerem nesse terreno fértil.
Esse oásis da tecnologia e inovação vai ser aqui debatido, mas já sabendo que não esgotaremos todas as questões que envolvem “the Red Dragon”, mas teremos um panorama geral da potência chinesa.
Uma economia forte e um fluxo monetário que chega a ser surreal. É impossível tentar entender o porquê da China estar em outro patamar, sem falar do Comércio. Nossa cultura ocidental acostumou-se a associar produto chinês a algo falsificado e de baixa qualidade, e logicamente, produtos americanos e europeus os melhores de qualidade.
Esse paradigma cria um preconceito econômico que só foi quebrado ao ultrapassar uma barreira da sociedade ocidental.
COMO A CHINA QUEBROU O PRECONCEITO ECONÔMICO DO OCIDENTE?
Se antes, precisávamos criar preconceitos para evitar uma compra frustrada, hoje com o ecommerce confiamos na opinião de quem já comprou. Os marketplaces continuam sendo uma forma do comprador encontrar seu vendedor, entretanto revolucionaram porque os vendedores ganham reputação e o produto é avaliado em cada detalhe pelos compradores prévios. Por isso, afirmei que o consumo colaborativo digital abriu as portas da China no mundo ocidental.
Na minha opinião, o consumo colaborativo do e-Commerce é o responsável pela quebra do preconceito de que o produto chinês é ruim. O que importa se é chinês, mas tem mais de 1.000 avaliações positivas e é mais barato?
Lucas Cortizo
E assim, marcas chinesas passaram a ser respeitadas, não sendo mais associadas a produtos falsos, deixaram de ficar famosas pelas imitações baratas, e continuam a conquistar o consumidor pelo preço. O bolso fala mais alto. Muitas vezes o consumidor aceita esperar mais tempo apenas para fazer uma compra mais barata, e muitos não desistem mais pelo produto ser chinês
Detalhe que falta ao Brasil
Por exemplo, no Brasil, segundo estudo realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) evidenciou algo animador. Passou de 68% para 81% o número de brasileiros que estão dispostos a adotar mais práticas de consumo colaborativo no seu dia a dia nos próximos dois anos, percentual que se mantém próximo em todas as faixas etárias e classes sociais.
Com isso, a China além de abrir mercado consumidor em todo o mundo, soma essa expansão à maior população do planeta – o que não necessariamente garante avanço econômico.
O povo precisa de um certo detalhe para virar mercado consumidor: inclusão digital!
Lucas Cortizo
INCLUSÃO DIGITAL – CHINA, EXEMPLO A SER SEGUIDO
Criado nos anos 90 por estudantes – em resposta ao Dia dos Namorados – em 11/11 ocorre o Dia dos solteiros na China (Singles Day), em que ocorre um boom nas compras. A gigante Alibaba e a JD.com divulgaram os números das vendas: 60 bilhões de dólares em vendas. Essa quantidade movimenta qualquer economia, aquece todos os setores, sendo resultado de uma política de inclusão digital que permite que empresas tecnológicas alavanquem todo o país.
Os números falam por si só e eu só consigo pensar no potencial brasileiro. Temos diversidade cultural em uma das maiores populações do mundo, que seria a fórmula do nosso sucesso, caso agregado a investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento. A China, neste aspecto, é um exemplo de quando a tecnologia encontrou soluções.
Lucas Cortizo
Segundo pesquisa, a China possui 800 milhões de pessoas conectadas, o que é 4 vezes a população brasileira. Por isso, a China é fábrica de superpotências, sobretudo no setor da tecnologia, o Governo é incansável em promover o uso da internet, não sendo suficiente apenas ter muitas pessoas. Se a questão fosse apenas quantidade, Paquistão, Nigéria e Bangladesh estariam entre as melhores economias do mundo, porque então entre os mais populosos.
China não é apenas volume
A China entendeu a lógica e só passou a ser respeitada no cenário global quando assumiu uma postura de protagonista digital, não almejando apenas “abrir mercado”, mas produzir a própria tecnologia, investir em capital humano para trazer conhecimento. Disto, passou a bater de frente com os Estados Unidos numa corrida, aos moldes de uma Guerra Fria repaginada, em que a marca é disputa por Protagonismo!
Para isso, espero vocês no próximo episódio desta série “O segredo da China” que falaremos como a China tem atuado em verdadeiro destaque no Mundo todo através da tecnologia.
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